Ainda o terrorismo
Tenho pedido aos visitantes do blog que não coloquem longos textos como comentários. Mandem-mos por email e eu coiloco-os como posts. Têm muito mais visibilidade.
Por exemplo, o Elisio Macamo respondeu ao meu texto com um longo comentário. Aconselho que vão lá ler esse comentário e depois voltem aqui.
Pois continuo a discordar da posição do Macamo. É claro que não quero atentados em Maputo nem, de resto, em mais lado nenhum do mundo. Só divergimos na forma de actuar para que esses atentados não ocorram.
Talvez mais do que qualquer outra guerra, esta tem que ser vencida através da política. Para dizer a verdade nem sequer sei bem o que significa uma solução militar para ela. Será que os britânicos devem bombardear com mísseis o bairro de Londres de onde sairam os terroristas que fizeram o atentado sangrento no metropolitano?
Isto não quer dizer que os estados não se defendam, com os meios que lhes são próprios, contra os atentados. Quer dizer é que só isso não chega. Só isso pode ir adiando o inevitável, mas não o impede.
O que é preciso é desmotivar os terroristas. É retirar-lhes as razões da luta e a vontade de lutar.
Ora a invasão do Iraque provocou o efeito oposto. De país que não apoiava o terrorismo o Iraque transformou-se numa imensa escola de treino para os fanáticos da guerra santa.
As opções de Bush e Blair só aumentaram a raiva dos fundamentalistas. São essas opções que alimentam o terrorismo.
Volto a dizer que o verdadeiro combate ao terrorismo tem que ser feito dentro da cabeça dos terroristas. E não é com balas ou bombas, é com ideias, é com desenvolvimento económico.
No ocidente a influência da igreja foi diminuindo à medida que crescia a economia e a ciência. Penso que nos países islamicos pode acontecer um processo semelhante. Mais dificil e penoso porque os meios de destruição são hoje muito mais poderosos, mas uma das formas de se fazer a modernização necessária.
Os cientistas mais necessários para ganhar esta guerra não são os que descobrem armas poderosas, são os cientistas das áreas sociais (de que o próprio Macamo é um ilustre representante).
Infelizmente parece que no ocidente poucos são os que estudam o Islão e, portanto, pouco se sabe sobre como combater o fundamentalismo a partir de dentro. Li em algum lado que a CIA não tinha praticamente ninguém conhecedor da cultura islâmica.
E os erros que essa ignorância provoca são dos grandes atiçadores das chamas do terrorismo.
Machado
Por exemplo, o Elisio Macamo respondeu ao meu texto com um longo comentário. Aconselho que vão lá ler esse comentário e depois voltem aqui.
Pois continuo a discordar da posição do Macamo. É claro que não quero atentados em Maputo nem, de resto, em mais lado nenhum do mundo. Só divergimos na forma de actuar para que esses atentados não ocorram.
Talvez mais do que qualquer outra guerra, esta tem que ser vencida através da política. Para dizer a verdade nem sequer sei bem o que significa uma solução militar para ela. Será que os britânicos devem bombardear com mísseis o bairro de Londres de onde sairam os terroristas que fizeram o atentado sangrento no metropolitano?
Isto não quer dizer que os estados não se defendam, com os meios que lhes são próprios, contra os atentados. Quer dizer é que só isso não chega. Só isso pode ir adiando o inevitável, mas não o impede.
O que é preciso é desmotivar os terroristas. É retirar-lhes as razões da luta e a vontade de lutar.
Ora a invasão do Iraque provocou o efeito oposto. De país que não apoiava o terrorismo o Iraque transformou-se numa imensa escola de treino para os fanáticos da guerra santa.
As opções de Bush e Blair só aumentaram a raiva dos fundamentalistas. São essas opções que alimentam o terrorismo.
Volto a dizer que o verdadeiro combate ao terrorismo tem que ser feito dentro da cabeça dos terroristas. E não é com balas ou bombas, é com ideias, é com desenvolvimento económico.
No ocidente a influência da igreja foi diminuindo à medida que crescia a economia e a ciência. Penso que nos países islamicos pode acontecer um processo semelhante. Mais dificil e penoso porque os meios de destruição são hoje muito mais poderosos, mas uma das formas de se fazer a modernização necessária.
Os cientistas mais necessários para ganhar esta guerra não são os que descobrem armas poderosas, são os cientistas das áreas sociais (de que o próprio Macamo é um ilustre representante).
Infelizmente parece que no ocidente poucos são os que estudam o Islão e, portanto, pouco se sabe sobre como combater o fundamentalismo a partir de dentro. Li em algum lado que a CIA não tinha praticamente ninguém conhecedor da cultura islâmica.
E os erros que essa ignorância provoca são dos grandes atiçadores das chamas do terrorismo.
Machado
1 Comments:
Caro Machado,
Vamos mesmo continuar a discordar. Os atentados mais espetaculares dos últimos tempos foram feitos por gente proveniente da Arábia Saudita, um país que já teve tempo de se civilizar com o bônus do petróleo. Ultimamente, são principalmente jovens recentemente convertidos ao islão ou que só agora se interessam por ele e que nasceram e cresceram em cidades da Europa ocidental, imigrantes de terceira geração. Os terroristas que nascem no Iraque combatem os americanos lá no Iraque. As pessoas que praticam o islão como religião e modo de vida distanciam-se claramente destes atentados.
Não vejo outra solução senão a protecção de civis inocentes dentro dos limites permitidos pelo Estado de direito. Não há sentimento de injustiça que justifique o que estes indivíduos andam a fazer. O sistema democrático que Bush e Blair representam pode reagir aos apelos dos cidadãos, o sistema terrorista por detrás dos atentados não.
Concordo contigo que a estratégia militar precisa de ser repensada. Não sei em que é que ela deve realmente consistir, mas o seu objectivo tem que ser a protecção de inocentes.
By Elísio Macamo, at 1:48 AM
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