Esclarecimento
Maria de Lurdes Torcado!
Obrigado por ter levantado questões que me permitem esclarecer o sentido das minhas palavras (confesso ser iniciante nisto de escrever para os outros). Alguns lêem, não percebem e "deixam andar", perdendo-se desta forma uma grande oportunidade para o debate. A Lurdes (se me permite) é diferente procura perceber e não se inibe de questionar inconsistências. Agradeço-a por isso. Não me agrada a ideia de estar na defensiva, mas as circunstâncias assim o exigem. Ai vou Eu:
1. Primeiro dizer que não poderia ter lido o referido artigo no tal jornal por estar há mais de 6 (seis) meses fora de Mocambique. A definição do Presidente, que avanço, foi retirada dum discurso dele que pude ver na televisao (pelo menos dá para ver TVM donde estou - Misr) a não ser que tal programa ja tivesse sido editado/manipulado e o que percebi ser do próprio Presidente não fosse.
2. Longe de mim ter tido a intenção de ‘sobrenaturalizar’ o debate. A comparação (analogia) que faço entre o espirito tradicional e o Espirito de deixa andar não tem por finalidade demonstrar a semelhança entre ambos. Pelo contrario, visa demonstrar a diferença entre estas duas realidades desde a sua natureza, a forma de agir, o alvo que sofre com a sua acção e a forma de combate. Posso não ter sido feliz mas, diferenciar as duas realidades era minha intenção.
3. Na minha opinião, e diferentemente do que a Lurdes percebeu, “a preguiça, a ganância, o interesse mesquinho e a falta de escrúpulos - além da incompetência - que tem caracterizado muito do nosso aparelho estatal” não têm nada a ver com o sobrenatural. Como digo naquele texto, o “Espirito de deixa andar é humano, ou pelo menos, dominado por seu hospedeiro e age sobre a atitude e o comportamento deste em relação a segundos e terceiros na sua actividade laboral”.
4. A minha preocupação naquele texto é fundamentalmente com as formas de combate desse Espirito de deixa andar e reconhecendo a natureza humana do Espirito de deixa andar sublinho que o seu combate deve incidir sobre o indivíduo e as redes que permitem a sua propagação. Contudo, chamo atenção para que tal combate não signifique o resgate das formas de gestão que vigoravam no periodo antes do desleixo ter tomado conta do sector publico Moçambicano.
5. Pelo contrário do que a Lurdes terá percebido, no meu escrito há lugar para despedimentos, punições, ou processos disciplinares. Contudo, ressalvo que tal não deve ser a primeira forma de combate. Para mim, é preciso que se identifiquem as causas e o combate deve começar por lá sob pena de se tratar superficialmente algo que está profundamente enraizado. É preciso que a estratégia de combate (que não tem nada a ver com curandeiros) seja sustentável de modo a não permitir que surjam no futuro comportamentos semelhantes. Aqui é onde muitos de nós divergimos porque há quem julgue que a “terapia de choque” é o mais aconselhável. Eu não acho.
6. Finalmente, não me perdoaria se tivesse escrito algo que fosse motivar o abandono de uma das vozes promotoras do debate neste sitio e não só. Por favor Lurdes, não permita que o pensamento livre dum iniciante (EU) venha a privar o Blog das suas sábias contribuções. Sinceramente espero ver-lhe mais por aqui. Só assim a minha consciência ficará tranquila.
“What About”
Misr
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