30 Anos
Aproximamo-nos dos 30 anos da nossa independência e aqui vai um texto que, sobre essa data, escrevi para a revista MAIS:
30 ANOS DEPOIS
Trinta anos é, para muitas pessoas no nosso continente, uma vida. Para um país é quase nada, é um gatinhar de criança pouco mais do que recém-nascida.
Mas estes primeiros 30 anos do Moçambique independente foi o tempo que nos calhou viver e, para nós, estão cheios de mil episódios que marcaram, que deixaram uma recordação, doce ou amarga, mas que não conseguiremos nunca esquecer.
Porque, não tenhamos dúvidas, este foi um tempo que valeu a pena viver. Que valeu, profundamente, a pena viver.
Para aqueles que, como eu, são descendentes de portugueses, o primeiro passo foi, sem sombra de dúvida, o mais importante: decidir qual era a minha terra, o meu país. Para a maior parte das pessoas essa escolha nunca se apresenta. Para mim e para muitos outros ela estava ali à nossa frente e tinhamos que decidir. Sabendo que, qualquer que fosse a escolha, iria haver coisas boas mas também muitas coisas más.
Mas, apesar do peso dessas possiveis consequências da nossa escolha, creio que poucos dos que nos sentimos moçambicanos hesitaram naquele momento. A perspectiva de viver um processo revolucionário em que se iria transformar Moçambique, de colónia atrasada num país de sonho onde valeria a pena viver, foi demasiado forte. Quebrou relações familiares, levou a necessarias adaptações culturais, foi o princípio de uma vida nova e diferente para muitos de nós.
Para trás ficava a imagem dos passeios da cidade cheios de contentores com os bens dos nossos familiars e amigos que se iam embora.
Pela frente estava todo um belo país a precisar do nosso trabalho e entusiasmo para andar para a frente, para dar o salto para o desenvolvimento e para o bem-estar.
E mergulhámos de cabeça. Alguns magoaram-se e, destes, uns arrependeram-se da escolha feita e foram-se embora. Outros aprenderam a ser mais prudentes, mas ficaram. Apesar de tudo, o sonho era demasiado bonito.
E vivemos aqueles anos exaltantes, de punho no ar, dando vivas e abaixos, suicidando a nossa classe pequeno-burguesa para que vencesse a aliança operário-camponesa. Matando o jacaré ainda no ovo, para evitar que ele crescesse e nos devorasse. Preparados para irmos onde Samora nos dissesse para irmos, sem pensar duas vezes. Porque ele nos explicava, com frases claras e convincentes, que aquilo que nos pedia era o mais correcto naquele momento. E nós acreditavamos. E iamos.
As coisas eram feitas mais à base de entusiasmo do que de conhecimentos. Mais estudando para encontrar soluções do que usando o que já sabiamos, que era muito pouco.
Cada um de nós teve o seu próprio trajecto, que o marcou. No meu caso foi um trabalho realizado no bairro do Hulene, durante dois ou três anos, para organizar os moradores a melhorarem a sua vida. E a satisfação de ver as coisas a melhorarem gradualmente, a inauguração do posto de saúde, as cabines telefonicas espalhadas pelo bairro, a nova carreira de machimbombos, as sessões de cinema e as peças de teatro, tudo conseguido por comissões de moradores que, voluntariamente, trabalhavam para o bem de todos.
Nós próprios, que dinamizavamos o processo (o Daniel Litsuri, o Juarez da Maia e eu) o faziamos apenas por militância, nas nossas horas vagas, pois todos tinhamos um emprego onde ganhávamos a vida.
Era o tempo em que era preciso compensar o vazio deixado pela saída da capacidade tecnica dos colonos e quem sabia alguma coisa passava isso que sabia ao máximo de outras pessoas.
Mas as coisas iam-se compondo. O país ia ficando cada vez mais capaz de andar com as próprias pernas. Isto apesar de uma guerra que já tinha começado e que implicava desviar para a Defesa importantes meios humanos e materiais.
Mas, de uma forma geral, estavamos todos mobilizados e aceitavamos os sacrificios que iam sendo necessaries. E, apesar de tudo, convencidos de que iamos vencer os racistas da Rodésia e da África do Sul. Convicção que só se reforçou quando o regime de Ian Smith caiu e Robert Mugabe subiu ao poder.
E fomos sendo forjados pelas dificuldades crescents: Os abastecimentos que diminuiam, drásticamente, até os bens de primeira necessidade terem que ser racionados, tanto por cabeça todos os meses; o nosso espaço de liberdade de circulação a ser reduzido cada vez mais até ficarmos cercados nas cidades, sem possibilidade de andar mais do que uns poucos quilómetros fora dos seus limites. E isso de dia que à noite nem isso.
E é nesse momento que, numa colina da África do Sul, o sonho se esmaga, definitivamente, numa desgraçada noite de Outubro. Embora nessa altura não nos tenhamos apercebido disso, nos funerais dos mortos de Mbuzini estavamos também a sepultar o projecto de país que tinhamos vindo a construir com sangue, suor e entusiasmo.
Com a tomada de posse de Joaquim Chissano começava um outro projecto, de orientação oposta ao anterior. Um projecto que já se fazia prever desde os tempos em que o novo Presidente, ainda ministro de Samora, começou a defender a criação de transportes públicos privados.
Sem ousar dizer o nome, o capitalismo começou a instalar-se entre nós, perante o aplauso crescente dos países ocidentais que viam o país rebelde, senhor do seu nariz, ser obrigado a vergar-se e ir pedir apoio ao FMI e ao Banco Mundial para enfrentar as dificuldades crescentes.
E com o capitalismo insinuou-se no corpo da nação, o tenebroso virus da corrupção. Virus que, normalmente, aparece associado às grandes injecções de dolares americanos. Injecções que fomos tomando em doses crescentes, até a doença atingir gente que nunca imaginámos que a poderia apanhar.
Debaixo do efeito corrosor da moeda Americana, associado a uma situação militar cada vez mais insustentável, fomos vendo desabar o edifício que tinhamos construido nos primeiros anos da independência. Pelo ralo do esgoto iam desaparecendo os ideais e as chamadas conquistas populares. O que tinha sido nacionalizado, para servir o povo, foi sendo deixado arruinar para depois ser privatizado, a preço simbólico, para aqueles mesmos que levaram as coisas à ruina.
Os dirigentes, que se diziam comunistas ateus, começaram a frequentar de novo as igrejas da sua juventude. Muitos dos que tinham casado pelas regras revolucionárias foram acertar as contas com Deus, casando agora pela igreja.
E, acima de tudo, começámos a ver crescer, em paralelo, as barrigas dos dirigentes e as mansões luxuosas que foram surgindo, como cogumelos, pelas zonas nobres das cidades.
De onde vinha o dinheiro para tanta prosperidade, sem bases visiveis de produção de riqueza, fomo-lo sabendo, aos poucos. Vinha do saque ao Banco Comercial de Moçambique; vinha do saque ao Banco Austral; vinha dos empréstimos sem retorno do Tesouro Público; vinha de investimentos duvidosos da Segurança Social.
Criava-se, como alguns teorizavam abertamente, a nova burguesia nacional. Moldada, é bem claro, à imagem e semelhança da elite política no poder. A ideologia subjacente era o agora famoso deixa-andar, a impunidade garantida para todos os que iam enriquecendo à custa de trodos nós. Era a transferência de tudo aquilo que todos herdámos com a independência, e construimos a partir dessa altura, para o bolso de uns tantos. Por coincidência quase todos eles os "puros e duros" dos primeiros anos.
As excepções, honrosas, foram poucas. Contáveis pelos dedos.
E é neste momento que estamos, 30 anos depois, a assistir à retomada de posse dos mesmos de sempre, que nos garantem que querem combater aquilo que eles próprios andaram a fazer nos últimos cerca de dez anos.
Terá sido errada a escolha feita há três décadas? De maneira nenhuma. Pelo contrário, poucos países terão dado à minha geração a oportunidade de viver tão intensamente como nós temos vivido estas décadas.
Costumo dizer que se há coisa que Moçambique nunca foi é monótono. Ao longo destes anos houve sempre alguma coisa por que lutar, alguma coisa para aprender, vitórias e derrotas. Mas nunca o aborrecimento da paz podre em que vivem tantas nações.
Por tudo isto temos que agradecer a quem, de kalash ou de caneta na mão, libertou este país que continua a ser, apesar de tudo e de todos, o mais bonito do mundo.
E a todos os que, no dia a dia, o fazem cada vez melhor.
Obrigado.
E, se me permitem o anacronismo:
30 anos depois, a Luta Continua!
30 ANOS DEPOIS
Trinta anos é, para muitas pessoas no nosso continente, uma vida. Para um país é quase nada, é um gatinhar de criança pouco mais do que recém-nascida.
Mas estes primeiros 30 anos do Moçambique independente foi o tempo que nos calhou viver e, para nós, estão cheios de mil episódios que marcaram, que deixaram uma recordação, doce ou amarga, mas que não conseguiremos nunca esquecer.
Porque, não tenhamos dúvidas, este foi um tempo que valeu a pena viver. Que valeu, profundamente, a pena viver.
Para aqueles que, como eu, são descendentes de portugueses, o primeiro passo foi, sem sombra de dúvida, o mais importante: decidir qual era a minha terra, o meu país. Para a maior parte das pessoas essa escolha nunca se apresenta. Para mim e para muitos outros ela estava ali à nossa frente e tinhamos que decidir. Sabendo que, qualquer que fosse a escolha, iria haver coisas boas mas também muitas coisas más.
Mas, apesar do peso dessas possiveis consequências da nossa escolha, creio que poucos dos que nos sentimos moçambicanos hesitaram naquele momento. A perspectiva de viver um processo revolucionário em que se iria transformar Moçambique, de colónia atrasada num país de sonho onde valeria a pena viver, foi demasiado forte. Quebrou relações familiares, levou a necessarias adaptações culturais, foi o princípio de uma vida nova e diferente para muitos de nós.
Para trás ficava a imagem dos passeios da cidade cheios de contentores com os bens dos nossos familiars e amigos que se iam embora.
Pela frente estava todo um belo país a precisar do nosso trabalho e entusiasmo para andar para a frente, para dar o salto para o desenvolvimento e para o bem-estar.
E mergulhámos de cabeça. Alguns magoaram-se e, destes, uns arrependeram-se da escolha feita e foram-se embora. Outros aprenderam a ser mais prudentes, mas ficaram. Apesar de tudo, o sonho era demasiado bonito.
E vivemos aqueles anos exaltantes, de punho no ar, dando vivas e abaixos, suicidando a nossa classe pequeno-burguesa para que vencesse a aliança operário-camponesa. Matando o jacaré ainda no ovo, para evitar que ele crescesse e nos devorasse. Preparados para irmos onde Samora nos dissesse para irmos, sem pensar duas vezes. Porque ele nos explicava, com frases claras e convincentes, que aquilo que nos pedia era o mais correcto naquele momento. E nós acreditavamos. E iamos.
As coisas eram feitas mais à base de entusiasmo do que de conhecimentos. Mais estudando para encontrar soluções do que usando o que já sabiamos, que era muito pouco.
Cada um de nós teve o seu próprio trajecto, que o marcou. No meu caso foi um trabalho realizado no bairro do Hulene, durante dois ou três anos, para organizar os moradores a melhorarem a sua vida. E a satisfação de ver as coisas a melhorarem gradualmente, a inauguração do posto de saúde, as cabines telefonicas espalhadas pelo bairro, a nova carreira de machimbombos, as sessões de cinema e as peças de teatro, tudo conseguido por comissões de moradores que, voluntariamente, trabalhavam para o bem de todos.
Nós próprios, que dinamizavamos o processo (o Daniel Litsuri, o Juarez da Maia e eu) o faziamos apenas por militância, nas nossas horas vagas, pois todos tinhamos um emprego onde ganhávamos a vida.
Era o tempo em que era preciso compensar o vazio deixado pela saída da capacidade tecnica dos colonos e quem sabia alguma coisa passava isso que sabia ao máximo de outras pessoas.
Mas as coisas iam-se compondo. O país ia ficando cada vez mais capaz de andar com as próprias pernas. Isto apesar de uma guerra que já tinha começado e que implicava desviar para a Defesa importantes meios humanos e materiais.
Mas, de uma forma geral, estavamos todos mobilizados e aceitavamos os sacrificios que iam sendo necessaries. E, apesar de tudo, convencidos de que iamos vencer os racistas da Rodésia e da África do Sul. Convicção que só se reforçou quando o regime de Ian Smith caiu e Robert Mugabe subiu ao poder.
E fomos sendo forjados pelas dificuldades crescents: Os abastecimentos que diminuiam, drásticamente, até os bens de primeira necessidade terem que ser racionados, tanto por cabeça todos os meses; o nosso espaço de liberdade de circulação a ser reduzido cada vez mais até ficarmos cercados nas cidades, sem possibilidade de andar mais do que uns poucos quilómetros fora dos seus limites. E isso de dia que à noite nem isso.
E é nesse momento que, numa colina da África do Sul, o sonho se esmaga, definitivamente, numa desgraçada noite de Outubro. Embora nessa altura não nos tenhamos apercebido disso, nos funerais dos mortos de Mbuzini estavamos também a sepultar o projecto de país que tinhamos vindo a construir com sangue, suor e entusiasmo.
Com a tomada de posse de Joaquim Chissano começava um outro projecto, de orientação oposta ao anterior. Um projecto que já se fazia prever desde os tempos em que o novo Presidente, ainda ministro de Samora, começou a defender a criação de transportes públicos privados.
Sem ousar dizer o nome, o capitalismo começou a instalar-se entre nós, perante o aplauso crescente dos países ocidentais que viam o país rebelde, senhor do seu nariz, ser obrigado a vergar-se e ir pedir apoio ao FMI e ao Banco Mundial para enfrentar as dificuldades crescentes.
E com o capitalismo insinuou-se no corpo da nação, o tenebroso virus da corrupção. Virus que, normalmente, aparece associado às grandes injecções de dolares americanos. Injecções que fomos tomando em doses crescentes, até a doença atingir gente que nunca imaginámos que a poderia apanhar.
Debaixo do efeito corrosor da moeda Americana, associado a uma situação militar cada vez mais insustentável, fomos vendo desabar o edifício que tinhamos construido nos primeiros anos da independência. Pelo ralo do esgoto iam desaparecendo os ideais e as chamadas conquistas populares. O que tinha sido nacionalizado, para servir o povo, foi sendo deixado arruinar para depois ser privatizado, a preço simbólico, para aqueles mesmos que levaram as coisas à ruina.
Os dirigentes, que se diziam comunistas ateus, começaram a frequentar de novo as igrejas da sua juventude. Muitos dos que tinham casado pelas regras revolucionárias foram acertar as contas com Deus, casando agora pela igreja.
E, acima de tudo, começámos a ver crescer, em paralelo, as barrigas dos dirigentes e as mansões luxuosas que foram surgindo, como cogumelos, pelas zonas nobres das cidades.
De onde vinha o dinheiro para tanta prosperidade, sem bases visiveis de produção de riqueza, fomo-lo sabendo, aos poucos. Vinha do saque ao Banco Comercial de Moçambique; vinha do saque ao Banco Austral; vinha dos empréstimos sem retorno do Tesouro Público; vinha de investimentos duvidosos da Segurança Social.
Criava-se, como alguns teorizavam abertamente, a nova burguesia nacional. Moldada, é bem claro, à imagem e semelhança da elite política no poder. A ideologia subjacente era o agora famoso deixa-andar, a impunidade garantida para todos os que iam enriquecendo à custa de trodos nós. Era a transferência de tudo aquilo que todos herdámos com a independência, e construimos a partir dessa altura, para o bolso de uns tantos. Por coincidência quase todos eles os "puros e duros" dos primeiros anos.
As excepções, honrosas, foram poucas. Contáveis pelos dedos.
E é neste momento que estamos, 30 anos depois, a assistir à retomada de posse dos mesmos de sempre, que nos garantem que querem combater aquilo que eles próprios andaram a fazer nos últimos cerca de dez anos.
Terá sido errada a escolha feita há três décadas? De maneira nenhuma. Pelo contrário, poucos países terão dado à minha geração a oportunidade de viver tão intensamente como nós temos vivido estas décadas.
Costumo dizer que se há coisa que Moçambique nunca foi é monótono. Ao longo destes anos houve sempre alguma coisa por que lutar, alguma coisa para aprender, vitórias e derrotas. Mas nunca o aborrecimento da paz podre em que vivem tantas nações.
Por tudo isto temos que agradecer a quem, de kalash ou de caneta na mão, libertou este país que continua a ser, apesar de tudo e de todos, o mais bonito do mundo.
E a todos os que, no dia a dia, o fazem cada vez melhor.
Obrigado.
E, se me permitem o anacronismo:
30 anos depois, a Luta Continua!
2 Comments:
Caro Machado,
Estás de parabéns por este texto tão pessoal e íntimo. Ajuda a perceber a forma como vês as coisas que se passam no país. Gostava imenso de poder concordar contigo quanto à periodização que fazes, mas a ideia de que o período de Samora Machel representou o sonho e que a seguir veio o pesadelo é difícil de aceitar. Não tenho ilusões quanto ao momento que vivemos, mas prefiro as liberdades, incluindo a liberdade de morrer de fome, que o novo regime inaugurou, à tutela fanática e infantilizante do período imediatamente a seguir à independência que em pouco foi diferente da política colonial de indigenato.
Do ponto de vista político, a morte de Samora Machel foi um mal necessário. Ele próprio já tinha iniciado as reformas necessárias, mas duvido que a lógica dos ajustes que tinham de ser feitos fosse se compadecer das suas preferências ideológicas. Não foram os dólares que trouxeram os males que com razão deploras, mas sim pessoas que, provavelmente, mesmo no tempo de Samora nunca acreditaram tanto no sonho que ele representou. O que acho lamentável é que nessa altura não tenha havido espaço para uma troca sã e honesta de ideias sobre as várias preferências. Ainda me lembro da reacção ridicularizante a que foi sujeita a sugestão de Joaquim Chissano de privatizar os transportes públicos.
Já passei dos dois parágrafos, mas só mais um ponto: o que faz falta ao país neste momento não é tanto a integridade e o respeito pelos bens públicos quanto um verdadeiro projecto político. Nesse aspecto, o período de Samora continuará uma referência inestimável, apesar de tudo quanto aconteceu. Para que a luta continue era preciso saber que luta, em nome de quê e de quem... o tal projecto político.
um abraço
By Elísio Macamo, at 1:00 AM
Viva!
obrigado por este resumo duma historia que explorada na profundidade pode resultar em quantidade imensuravel de manuais, principalmente academicos. acho importante este exercicio porque temos fraca disponibilidade de fontes primarias (memorias ou personalidade)interessadas em deixar registado os seus pontos sobre a trajectoria de Mocambique pos-independencia.
Apenas uma inquietacao. nao tera Samora deixado de acreditar nesse "projecto construido com sangue e entusiasmo" muito antes da sua morte? Colocar a morte desse pojecto com a morte de Samora e' (penso eu) dizer que a viragem em Mocambique comeca exactamente com a tomada de posse de Chissano, o que nao me parece ser veridico.
O segundo ponto (e este tambem para o ESM). os escritos sobre Mocambique no periodo 80-85 sao feitos com omissao de nomes sempre fala-se de grupos, alas mas nunca ou pouco se diz sobre os constituintes desses grupos. Afinal quem estava contra o projecto de Samora? e quem estava a favor? e quais eram os argumentos dos que estava contra? e mais ainda o que tera acontecido com esses grupos quando samora comecou a demonstrara sinais de mudanca? (assinatura do a cordo de Nkomati por exemplo).
Sao pontos cuja fraca publicidade inibem a criacao de conclusoes fortes por parte de muitos dos que ainda chupavam dedos na altura (EU sou um exemplo).
Outro VIva!
By Sérgio Gomes, at 10:12 AM
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