Jacob Zuma
O que aconteceu agora na África do Sul com o vice-presidente Jacob Zuma ajuda a explicar as minhas posições na troca de ideias que venho desenvolvendo com o Elisio Macamo.
Senão, vejamos:
Jacob Zuma representa, na África do Sul, as posições de esquerda que me são simpáticas. Tem o apoio do Partido Comunista, da principal central sindical (COSATO), da Juventude do ANC e da ala esquerda do próprio ANC. É um apoiante de uma política não racial, progressista e virada para a melhoria da situação das classes mais pobres. É, em tudo isto, muito melhor, a meu ver, que o Presidente Thabo Mbeki.
E, no entanto, eu apoio totalmente a decisão de Mbeki de demitir Jacob Zuma da vice-presidência e do governo.
Tudo isto porque Zuma parece ter sido atraído pelos inegáveis encantos de um montão de Rands e ter-se-á deixado corromper pelo seu brilho. Pelo menos essa foi a conclusão de um tribunal que julgou o seu conselheiro financeiro.
E isso deixa-nos com alguém que tem um projecto de sociedade, um projecto coerente e digno de ser defendido, mas que parece não ter a idoneidade para dirigir, ao nível do Estado, um tal projecto. Depois do recente julgamento nenhum sul-africano pode ter a certeza de que Jacob Zuma irá defender seriamente os interesses do país, se puder ganhar pessoalmente alguma coisa fazendo o contrário.
É por isso que me parece que a prioridade, em Moçambique, é limpar a casa. E isso implica tomar medidas duras como fez agora Thabo Mbeki. E como, no seu notável discurso, avisou que vai continuar a fazer. Sem alicerces firmes e limpos não há projecto de sociedade que resista. Os melhores projectos serão corroídos pelo cancro que come por dentro o Estado.
Há, no entanto, uma questão que Elísio Macamo põe e na qual acho que tem razão: Depois de limpar o Aparelho de Estado o que é que o executivo vai fazer com essa máquina limpa, lubrificada e afinada?
Para isso teremos que estar atentos nessa altura (se ela se concretizar, do que não estou nada seguro). E poderemos (deveremos?) ir dando a nossa opinião desde já.
Mas prioridade das prioridades é, sem dúvida, limpar a porcaria que suja toda a nossa máquina administrativa.
Usando métodos contundentes, sempre que necessário.
Como fizeram o Tribunal de Durban e Thabo Mbeki.
Ao contrário do reino de impunidade e não-justiça que o deixa-andar instalou entre nós.
Senão, vejamos:
Jacob Zuma representa, na África do Sul, as posições de esquerda que me são simpáticas. Tem o apoio do Partido Comunista, da principal central sindical (COSATO), da Juventude do ANC e da ala esquerda do próprio ANC. É um apoiante de uma política não racial, progressista e virada para a melhoria da situação das classes mais pobres. É, em tudo isto, muito melhor, a meu ver, que o Presidente Thabo Mbeki.
E, no entanto, eu apoio totalmente a decisão de Mbeki de demitir Jacob Zuma da vice-presidência e do governo.
Tudo isto porque Zuma parece ter sido atraído pelos inegáveis encantos de um montão de Rands e ter-se-á deixado corromper pelo seu brilho. Pelo menos essa foi a conclusão de um tribunal que julgou o seu conselheiro financeiro.
E isso deixa-nos com alguém que tem um projecto de sociedade, um projecto coerente e digno de ser defendido, mas que parece não ter a idoneidade para dirigir, ao nível do Estado, um tal projecto. Depois do recente julgamento nenhum sul-africano pode ter a certeza de que Jacob Zuma irá defender seriamente os interesses do país, se puder ganhar pessoalmente alguma coisa fazendo o contrário.
É por isso que me parece que a prioridade, em Moçambique, é limpar a casa. E isso implica tomar medidas duras como fez agora Thabo Mbeki. E como, no seu notável discurso, avisou que vai continuar a fazer. Sem alicerces firmes e limpos não há projecto de sociedade que resista. Os melhores projectos serão corroídos pelo cancro que come por dentro o Estado.
Há, no entanto, uma questão que Elísio Macamo põe e na qual acho que tem razão: Depois de limpar o Aparelho de Estado o que é que o executivo vai fazer com essa máquina limpa, lubrificada e afinada?
Para isso teremos que estar atentos nessa altura (se ela se concretizar, do que não estou nada seguro). E poderemos (deveremos?) ir dando a nossa opinião desde já.
Mas prioridade das prioridades é, sem dúvida, limpar a porcaria que suja toda a nossa máquina administrativa.
Usando métodos contundentes, sempre que necessário.
Como fizeram o Tribunal de Durban e Thabo Mbeki.
Ao contrário do reino de impunidade e não-justiça que o deixa-andar instalou entre nós.
posted by Cine-clube Komba Kanema at
6:03 AM
1 Comments:
Caro Machado,
Obrigado pela achega. Valeu. Só que parece estares a partir do princípio de que Thabo Mbeki não tem projecto de Estado, só Jacob Zuma. Eu não sei. Mas ter um projecto de Estado diferente do que eu preferiria não é não ter projecto de Estado.
O resto é a história do ovo e da galinha. A falta de coerência que tens muito bem criticado nos teus escritos resulta, em minha opinião, da falta desse projecto. Pessoalmente, não gosto da prioridade que se dá à limpeza porque na ausência dum projecto, receio que os nossos governantes estejam apenas a fazer o trabalho sujo dos doadores. Não é má coisa, mas o que acontece à nossa independência, sobretudo à nossa liberdade de sonharmos?
Um abraço
By
Elísio Macamo, at 9:37 AM
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