Futebois
Há poucos dias falava eu com um jornalista estrangeiro, em Maputo para fazer um trabalho sobre os 30 anos da nossa independência, e ele pediu-me, muito espantado, para lhe explicar a enorme manifestação festiva, na baixa de Maputo, por causa da vitória do Benfica no campeonato português.
Não soube o que lhe dizer.
Falei-lhe da mudança dos nomes logo a seguir à independência, referi-lhe que, em Nampula, os clubes tinham voltado a ser batizados como Benfica e Sporting. Dei-lhe factos mas não explicações. Porque eu próprio não tenho respostas para explicar este fenómeno.
Tratou-se, claramente, de uma manifestação espontânea, não organizada por ninguém. Mal teria acabado o jogo e já passavam carros à minha porta a buzinar desenfreadamente, sem que eu fizesse ideia da razão de tal algazarra.
Podia-se pensar que era uma manifestação de portugueses e alguns moçambicanos mais velhos, que não conseguiram arrancar completamente as suas raizes clubistas. Mas não, as fotos que vejo mostram moçambicanos jovens vitoriando o Benfica com um entusiasmo que nunca vi, por exemplo, nas caravanas dos partidos durante a campanha eleitoral. De nenhum dos partidos, fique bem claro.
Eu, se fosse politico, punha alguém a estudar seriamente este caso porque há nele, de certeza, muita coisa a aprender: o que é que entusiasma aquelas pessoas? E porquê? Que atractivo tem um clube de um país distante para com os nossos jovens? Porque não vemos o mesmo entusiasmo com a vitória das nossas equipas?
A qualidade do futebol praticado pode ter alguma coisa a ver com isto. Segundo me dizem, comparando o espectáculo que dá um Benfica a jogar com a mediocridade a que chegaram as nossas formações o espectador adere mais entusiasticamente aos que melhor jogam. Faz sentido.
Mas há muitas outras equipas, pelo mundo fora, que jogam muito melhor do que as nossas. E não vemos nada que se pareça com este entusiasmo. É, de facto, bizarro.
Eu, com a maior franqueza, continuo a não perceber. O futebol parece ultrapassar as barreiras fronteiriças sem quase dar por elas.
E não é doença que atinja só os moçambicanos. Um amigo português, lagarto de um tom de verde que até fere a vista, escreveu, há dias, no seu blog que, mesmo jogando contra equipas de outros países, ao Benfica e ao Porto só deseja derrotas.
Como dizia o outro, o futebol tem razões que a razão desconhece.
Não soube o que lhe dizer.
Falei-lhe da mudança dos nomes logo a seguir à independência, referi-lhe que, em Nampula, os clubes tinham voltado a ser batizados como Benfica e Sporting. Dei-lhe factos mas não explicações. Porque eu próprio não tenho respostas para explicar este fenómeno.
Tratou-se, claramente, de uma manifestação espontânea, não organizada por ninguém. Mal teria acabado o jogo e já passavam carros à minha porta a buzinar desenfreadamente, sem que eu fizesse ideia da razão de tal algazarra.
Podia-se pensar que era uma manifestação de portugueses e alguns moçambicanos mais velhos, que não conseguiram arrancar completamente as suas raizes clubistas. Mas não, as fotos que vejo mostram moçambicanos jovens vitoriando o Benfica com um entusiasmo que nunca vi, por exemplo, nas caravanas dos partidos durante a campanha eleitoral. De nenhum dos partidos, fique bem claro.
Eu, se fosse politico, punha alguém a estudar seriamente este caso porque há nele, de certeza, muita coisa a aprender: o que é que entusiasma aquelas pessoas? E porquê? Que atractivo tem um clube de um país distante para com os nossos jovens? Porque não vemos o mesmo entusiasmo com a vitória das nossas equipas?
A qualidade do futebol praticado pode ter alguma coisa a ver com isto. Segundo me dizem, comparando o espectáculo que dá um Benfica a jogar com a mediocridade a que chegaram as nossas formações o espectador adere mais entusiasticamente aos que melhor jogam. Faz sentido.
Mas há muitas outras equipas, pelo mundo fora, que jogam muito melhor do que as nossas. E não vemos nada que se pareça com este entusiasmo. É, de facto, bizarro.
Eu, com a maior franqueza, continuo a não perceber. O futebol parece ultrapassar as barreiras fronteiriças sem quase dar por elas.
E não é doença que atinja só os moçambicanos. Um amigo português, lagarto de um tom de verde que até fere a vista, escreveu, há dias, no seu blog que, mesmo jogando contra equipas de outros países, ao Benfica e ao Porto só deseja derrotas.
Como dizia o outro, o futebol tem razões que a razão desconhece.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home