Morreu João Reis
Não o conheci e, pelo que leio neste texto, tenho pena de não ter conhecido. Deve ter sido uma pessoa bem interessante.
Aqui vai o texto:
-Ensaio sobre Malangatana Ngoenha e a sua Pintura (1996)
-Manuel Godinho de Erédia e a Descoberta da Austrália (1997)
O Livro de Lao Zi (1999)
Aqui vai o texto:
Caro Machado da Graça,
Como teve a delicadeza de publicitar no seu blog texto de João Reis sobre o Craveirinha e dada a sua qualidade de jornalista, penso que gostaria de ser informado que o jornalista e escritor faleceu um pouco inesperadamente, a 7 de Dezembro. A 11 de Novembro, dia de S. Martinho, deu uma queda e fracturou o fémur. Após inúmeras peripécias, em que foi levado de hospital em hospital, acabou por ser operado 10 dias depois no Hospital Dr. José de Almeida na Parede. Parecia que a sua recuperação estava a correr bem, apesar da infecção urinária e da pneumonia que apanhou no próprio hospital. No dia em que foi para o ginásio fazer fisioterapia, disse à fisioterapeuta que se sentia muito cansado, acabando por falecer durante o sono, no dia seguinte às 2 horas da manhã. Foi-se o "Finish" como era conhecido pelos amigos, Ti Hosi, como lhe chamava a mulher do Malangatana, o Mestre João como lhe apelidavam os ex-alunos ou apenas João como todos nós o carinhosamente interpelavamos.
Entretanto e a pedido do próprio, foi feita a cremação do corpo e as suas cinzas espalhadas ao vento e no mar no Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa, cerimónia que decorreu há exactamente 8 dias, na presença da família. O João Reis queria ser transformado em cinzas, para que elas pudessem servir de renovação a outros seres vivos. Queria ser lançado ao mar, porque era de lá que tinha vindo a vida para a terra e para que pudesse voltar, nas ondas, às terras e aos continentes onde tinha estado e que tinha tanto amado, o seu Moçambique em África e a sua Macau na Ásia.
O Savana dedicou-lhe um editorial no dia 9 de Dezembro. Abaixo junto uma breve nota biográfica do autor:
João Salva‑Rey, pseudónimo literário de João Correia dos Reis, natural de Lisboa, fixado em Moçambique, Lourenço Marques, desde Janeiro de 1937 até finais de Dezembro de 1975. Na capital moçambicana concluiu os estudos secundários, e iniciou curso universitário, cuja licenciatura acabaria em Lisboa (F.L.L.). Foi docente do ensino técnico, e mais tarde Administrador da Imprensa Nacional de Moçambique onde inaugurou uma Livraria pública para coincidir com o lançamento do Livro também de sua responsabilidade e autoria, Datas e Documentos da História da Frelimo.
Iniciou‑se no jornalismo (desportivo) no jornal "Eco dos Sports", passou depois a repórter, e, sucessivamente, a redactor desportivo, crítico de teatro e de cinema, redactor e chefe de redacção do Jornal Guardian, além de colaboração vária em outros jornais e revistas. Organizou (em duas sessões) um sarau de poesia por ocasião das Festas da Cidade (de L. Marques) em 1959, do qual sairia também, por sua iniciativa, e edição da Poliarte (da qual era sócio) um disco "Poetas de Moçambique", com a inclusão de Reinaldo Ferreira, José Craveirinha, Rui Knopfli e Rui Nogar. Organizou, com Reinaldo Ferreira e Antero Sobral e outros, o Círculo de Iniciação Teatral de L. Marques. Único fundador, e único proprietário do diário A Tribuna, em 1962, para o qual reuniu colaboradores como José Craveirinha, Rui Knopfli (de quem editou o "Reino Submarino") Eugénio Lisboa, Orlando Mendes, Adrião Rodrigues, Luiz Bernardo Honwana (de quem editou o livro "Nós matámos o cão tinhoso") Mário Sampaio, Domingos de Azevedo, Rui Martins, Rui Nogar, Teresa Sá Nogueira, F. Carneiro, e outros - jornal de que voluntàriamente abdicou por interferências estranhas à orientação política até então seguida. Preso pela PIDE em 1964. Funda, igualmente sozinho, o semanário O Jornal, em 1966, que se extinguiria em 1975. Responsável pela 2.ª edição, autoria do prefácio e posfácio da obra de etnologia "Usos e Costumes dos Bantus" do Prof. H. Junod (1975). De regresso a Portugal, ingressou no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, e depois na Faculdade de Letras de Lisboa, onde desempenhou funções de assistente de História (1978/1987). Em Macau desde 1988, onde foi igualmente assistente universitário e colaborador de jornais, da Revista do Instituto Cultural de Macau, e da Revista Macau.
Como teve a delicadeza de publicitar no seu blog texto de João Reis sobre o Craveirinha e dada a sua qualidade de jornalista, penso que gostaria de ser informado que o jornalista e escritor faleceu um pouco inesperadamente, a 7 de Dezembro. A 11 de Novembro, dia de S. Martinho, deu uma queda e fracturou o fémur. Após inúmeras peripécias, em que foi levado de hospital em hospital, acabou por ser operado 10 dias depois no Hospital Dr. José de Almeida na Parede. Parecia que a sua recuperação estava a correr bem, apesar da infecção urinária e da pneumonia que apanhou no próprio hospital. No dia em que foi para o ginásio fazer fisioterapia, disse à fisioterapeuta que se sentia muito cansado, acabando por falecer durante o sono, no dia seguinte às 2 horas da manhã. Foi-se o "Finish" como era conhecido pelos amigos, Ti Hosi, como lhe chamava a mulher do Malangatana, o Mestre João como lhe apelidavam os ex-alunos ou apenas João como todos nós o carinhosamente interpelavamos.
Entretanto e a pedido do próprio, foi feita a cremação do corpo e as suas cinzas espalhadas ao vento e no mar no Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa, cerimónia que decorreu há exactamente 8 dias, na presença da família. O João Reis queria ser transformado em cinzas, para que elas pudessem servir de renovação a outros seres vivos. Queria ser lançado ao mar, porque era de lá que tinha vindo a vida para a terra e para que pudesse voltar, nas ondas, às terras e aos continentes onde tinha estado e que tinha tanto amado, o seu Moçambique em África e a sua Macau na Ásia.
O Savana dedicou-lhe um editorial no dia 9 de Dezembro. Abaixo junto uma breve nota biográfica do autor:
João Salva‑Rey, pseudónimo literário de João Correia dos Reis, natural de Lisboa, fixado em Moçambique, Lourenço Marques, desde Janeiro de 1937 até finais de Dezembro de 1975. Na capital moçambicana concluiu os estudos secundários, e iniciou curso universitário, cuja licenciatura acabaria em Lisboa (F.L.L.). Foi docente do ensino técnico, e mais tarde Administrador da Imprensa Nacional de Moçambique onde inaugurou uma Livraria pública para coincidir com o lançamento do Livro também de sua responsabilidade e autoria, Datas e Documentos da História da Frelimo.
Iniciou‑se no jornalismo (desportivo) no jornal "Eco dos Sports", passou depois a repórter, e, sucessivamente, a redactor desportivo, crítico de teatro e de cinema, redactor e chefe de redacção do Jornal Guardian, além de colaboração vária em outros jornais e revistas. Organizou (em duas sessões) um sarau de poesia por ocasião das Festas da Cidade (de L. Marques) em 1959, do qual sairia também, por sua iniciativa, e edição da Poliarte (da qual era sócio) um disco "Poetas de Moçambique", com a inclusão de Reinaldo Ferreira, José Craveirinha, Rui Knopfli e Rui Nogar. Organizou, com Reinaldo Ferreira e Antero Sobral e outros, o Círculo de Iniciação Teatral de L. Marques. Único fundador, e único proprietário do diário A Tribuna, em 1962, para o qual reuniu colaboradores como José Craveirinha, Rui Knopfli (de quem editou o "Reino Submarino") Eugénio Lisboa, Orlando Mendes, Adrião Rodrigues, Luiz Bernardo Honwana (de quem editou o livro "Nós matámos o cão tinhoso") Mário Sampaio, Domingos de Azevedo, Rui Martins, Rui Nogar, Teresa Sá Nogueira, F. Carneiro, e outros - jornal de que voluntàriamente abdicou por interferências estranhas à orientação política até então seguida. Preso pela PIDE em 1964. Funda, igualmente sozinho, o semanário O Jornal, em 1966, que se extinguiria em 1975. Responsável pela 2.ª edição, autoria do prefácio e posfácio da obra de etnologia "Usos e Costumes dos Bantus" do Prof. H. Junod (1975). De regresso a Portugal, ingressou no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, e depois na Faculdade de Letras de Lisboa, onde desempenhou funções de assistente de História (1978/1987). Em Macau desde 1988, onde foi igualmente assistente universitário e colaborador de jornais, da Revista do Instituto Cultural de Macau, e da Revista Macau.
Editor da Colecção Cultura Portuguesa do Mar (da Mar-Oceano Lda).
Regressou a Lisboa em 2004. Faleceu a 7 de Dezembro de 2005.
Obras & Artigos Publicados:
- Kufemba (1ª ed.) – Lourenço Marques – 1972
- Kufemba (2ª ed.) – Lourenço Marques – 1974
- A Saga Otomana – Lourenço Marques – 1974
- Datas e Documentos da História da Frelimo – Maputo – 1975
- Kufemba (3ª ed.) – Lisboa – 1977
- Alimentação e Saúde do Atleta – Lisboa – 1983
- A Empresa da Conquista do Monomotapa – Lisboa – 1985
- Desporto Alimentação e Saúde – Lisboa – 1988
- Polémicas de Eça de Queiróz (5 vol.) – Lisboa – 1986/1988
- Trovas Macaenses – Macau – 1991
- Introdução à História da Literatura da China – Macau – 1991
- Memória das Armadas da Índia – Macau – 1991
- Fortalezas Portuguesas do Oriente – Macau – não publicado
- As Igrejas portuguesas do Extremo Oriente (não publicado)
- O Livro de Tao – Macau – 1997 (mais três edições)
- Os 81 Capitulos de Lao Zi – Macau - 2004
- Um Macaense de Trás os Montes 3 Vol. Macau 2004
(Joaquim Morais Alves)
Na Revista do Instituto Cultural
Regressou a Lisboa em 2004. Faleceu a 7 de Dezembro de 2005.
Obras & Artigos Publicados:
- Kufemba (1ª ed.) – Lourenço Marques – 1972
- Kufemba (2ª ed.) – Lourenço Marques – 1974
- A Saga Otomana – Lourenço Marques – 1974
- Datas e Documentos da História da Frelimo – Maputo – 1975
- Kufemba (3ª ed.) – Lisboa – 1977
- Alimentação e Saúde do Atleta – Lisboa – 1983
- A Empresa da Conquista do Monomotapa – Lisboa – 1985
- Desporto Alimentação e Saúde – Lisboa – 1988
- Polémicas de Eça de Queiróz (5 vol.) – Lisboa – 1986/1988
- Trovas Macaenses – Macau – 1991
- Introdução à História da Literatura da China – Macau – 1991
- Memória das Armadas da Índia – Macau – 1991
- Fortalezas Portuguesas do Oriente – Macau – não publicado
- As Igrejas portuguesas do Extremo Oriente (não publicado)
- O Livro de Tao – Macau – 1997 (mais três edições)
- Os 81 Capitulos de Lao Zi – Macau - 2004
- Um Macaense de Trás os Montes 3 Vol. Macau 2004
(Joaquim Morais Alves)
Na Revista do Instituto Cultural
-Ensaio sobre Malangatana Ngoenha e a sua Pintura (1996)
-Manuel Godinho de Erédia e a Descoberta da Austrália (1997)
O Livro de Lao Zi (1999)
Na Revista Macau
Macau e o Tratado de Tordesilhas (1998)
A História do Victor (Marreiros)
Macau e o Tratado de Tordesilhas (1998)
A História do Victor (Marreiros)
Colaboração diversa em jornais de Macau
- Kufemba – 4a Edição – Maputo 2005 (no prelo) - a ser editado postumamente com o apoio de Mia Couto.
Um abraço
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Pinto Lobo
2 Comments:
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