Estado de Direito
Cada vez que a Renamo, ou alguém a ela ligado,
Sempre em consonância, os orgãos de informação mais próximos do poder vão de personalidade em personalidade a pedir a sua opinião sobre o momentoso caso e dando-lhe o devido destaque nos seus espaços informativos.
O que estaria tudo muito bem e seria tudo muito de louvar, se não se desse o pormenor de tudo isso só acontecer quando é a Renamo que
As coisas são totalmente diferentes quando quem vai contra a lei é a Frelimo, ou alguém ligado a este partido.
Quando é isso que acontece, o silêncio é tal que se pode ouvir o caminhar de um caracol. Nem um dos tais importantes cidadãos faz o mais pequeno comentário. Nem um dos tais orgãos de informação sai à rua a perguntar, seja a quem for, o que pensa da ilegalidade ou do crime cometidos.
Instala-se, por todo o lado, o silêncio cúmplice. Muda-se de assunto se esse vem à conversa. Declara-se que nada se sabe sobre isso. É
A frase-chave do nosso Procurador Geral, segundo a qual “ninguém está acima da lei” desaparece, transformada num fino fumozinho que se perde na atmosfera, e toda a gente descobre, nesse momento, que tem coisas mais importantes com que se preocupar longe dali.
Porque o cumprimento da lei que toda a nossa classe política no poder exige aos outros é coisa que não parece aplicar-se aos próprios.
Será que ouvimos algum dos arautos do “estado de direito” a protestar quando o sr. Albuquerque, na Beira, foi apanhado a cometer uma fraude eleitoral a favor da Frelimo? Ouvimos alguém?
Quando o próprio Conselho Constitucional referiu irregularidades nas últimas eleições gerais e declarou que elas não deveriam ficar impunes, quem levantou a voz a exigir justiça?
E quando o anterior Ministro da Educação foi acusado, numa auditoria externa, de ter desviado dinheiro do Estado para beneficio de familiares e amigos, algum dos tais veio exigir que as autoridades actuassem com rigor?
Quando os jornais denunciam, com documentação em apoio, irregularidades grandes na Electricidade de Moçambique ou na Universidade Eduardo Mondlane, onde está o côro dos legalistas?
É costume apresentar a Justiça
E, enquanto as coisas estiverem assim, as defesas do “estado de direito” e os apelos a uma aplicação rigorosa da justiça, quando isso convém ao poder político, perdem totalmente o valor mesmo que, naquele caso específico, tenham razão.
Perdem valor não pelo caso em si mas pela falta de credibilidade de quem faz esses apelos nuns casos mas se cala, cobarde e cumplicemente, em todos os outros.
Não existe estado de direito unilateral.
As leis devem ser cumpridas por TODOS.
Se só a uns é exigido o cumprimento das leis e a outros se dá a possibilidade de as ignorar não estamos num estado de direito.
Por muito que o côro se esforce por nos convencer do contrário.
1 Comments:
O texto, que promete ser interessante, fica-se no promete pois teve cabelo e unhas aparadas em excesso, tornando a leitura uma espécie de enigma em palavras cruzadas de jornal. Que tal fazer um novo copy, e apagar este post substituíndo-o pelo novo, marginalizado?
Abraço
By Carlos Gil, at 6:00 AM
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